quinta-feira, 3 de maio de 2007

Logo Ana de la Orden



O principal conceito seguido para o desenvolvimento do logo “Salvador na sola do pé” foi à utilização de elementos que representassem Salvador e andanças por esta cidade. O símbolo foi elaborado a partir da ferramenta mídia artística (festa), a cor do símbolo foi modificada do colorido para o cinza, feito em forma de circulo, feita à mão livre resultando numa corrente humana, onde há uma singularidade e pluralidade no desenho, que de certa forma representa bem a capital, formada por tantas etnias e ao mesmo tempo sendo única por suas belezas naturais, seu povo e a sua essência.

Para a composição do logotipo foi utilizada a fonte mistral, que possui um design arrojado e moderno ao mesmo tempo, dando um aspecto de jovialidade, apesar da cidade estar completando 458 anos. As cores utilizadas são basicamente o cinza no símbolo e o preto nas letras por recomendação da professora Marilei Fiorelli.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

“Tá dominado, tá tudo dominado”.
Ana Paula de la Orden

Ainda cedo, chovendo ou fazendo sol, os primeiros vendedores chegam para montar suas bancas, alguns com lugar fixo, outros aventurando um pedacinho de chão, que aos poucos vai sendo tomado por seus “amigos” concorrentes, com barracas repletas de cds e dvds de todos os tipos e estilos musicais, que vão desde o sertanejo, passando pelos pagodes e axés baianos até o gospel. A mistura de ritmos, sons e vozes se misturam em meio a tantos outros. O lucro mensal varia entre R$300 a R$600, a facilidade na venda de cd e dvd é um chamariz para os trabalhadores informais.
“Já foi melhor, já cheguei a ganhar até R$ 1000, quando o dvd era R$10 e o cd R$ 5. Como cresceu a concorrência, não dá mais pra tirar esse valor, por que o preço baixou”, conclui o vendedor José*, 38 anos, que tem ponto fixo na Lapa. A busca pela sobrevivência, a falta de capacitação profissional e o baixo nível de escolaridade acabam sendo os principais fatores que levam indivíduos a se envolverem com a venda de produtos pirateados. Mesmo sabendo que é um negócio ilícito, encontram no mercado informal o meio para sua sobrevivência e o da família.

Quer comprar?
O local mais procurado para o consumo de produtos piratas é o centro de Salvador, entre a Lapa, a Piedade e a Avenida Sete. Porém em toda a cidade são facilmente encontrados vendedores de cd e dvd pirata andando pelas ruas ou fazendo exposição de produtos sob os passeios e em pontos de ônibus que se transformam em verdadeiras discotecas. Entre um cliente e outro, a diversidade dos títulos de filmes e artistas, o ambiente e a forma com que esses trabalhadores conquistam seus clientes é um show de interpretação à parte em busca do “pão de cada dia”.
Apesar da resistência encontrada entre os vendedores para falar sobre o assunto, um ou outro se arrisca e usa letra de música para definir o que acha da pirataria que, em poucas palavras, consegue dar um panorama real da situação existente numa das maiores capitais do Brasil: “Tá dominado, tá tudo dominado”, diz João*, 25 anos, vendedor de “piratas”, há três anos.


Opinião
Para alguns consumidores, o maior atrativo é o preço, enquanto o item qualidade é deixado de lado. “Se por acaso os cds e dvds originais fossem vendidos por um preço mais em conta até arriscaria a pagar, mas como é caro, acabo comprando mesmo o pirata”, diz Conceição Reis, 47 anos.
Os pontos de vistas acerca do consumo de cds e dvds variam entre os consumidores, todavia a maioria acha normal comprar “pirata”. “Sei que é ilegal a venda, por não serem recolhidos os impostos, mas pelas circunstâncias do país, pagamos muitos impostos e o que temos em troca? Sei que não é certo, mas é difícil viver num país em que a desigualdade social domina e por conta disso acontece o que acontece”, conclui Maria Pereira, professora aposentada.
Apenas uma em 10 pessoas entrevistadas relatou que era contra, como foi o caso de Carolina Dias, estudante de direito, 32 anos. “Sou totalmente contra a pirataria, não se pode usar a falta de emprego como desculpa para fazer algo que não é legal, falta às pessoas informações sobre o assunto que é pouco divulgado”, cita, relacionando a campanha “Pirata tô fora, só uso original”. A campanha foi lançada em 2006, visando levar o indivíduo a conscientizar-se dos efeitos negativos produzidos pela pirataria e ao mesmo tempo defendendo a propriedade intelectual.

Distribuição
No topo da lista, o cd e o dvd vêm sendo os campeões de vendas, seguidos pelos óculos, sejam de sol ou de grau, relógios e brinquedos.
A maioria dos produtos pirateados vêm da cidade de Feira de Santana (interior da Bahia), de uma feira denominada “Feiraguai”, velha conhecida até mesmo de quem não é ambulante por sua vasta quantidade de produtos pirateados e clandestinos, entretanto a fabricação de cópias não se restringe apenas a este pólo.
“Alguns vendedores daqui (Lapa) distribuem também, eles alugam salas por perto e fazem de laboratórios, facilitando a distribuição dos cds e dvds piratas mais rápido, além de cada cópia poder ser reproduzida em até 3 minutos”, diz José*. Porém o maior problema está por trás dos pequenos vendedores, organizações criminosas que utilizam trabalhadores que servem apenas de fachada para acobertar atividades ilegais ligadas a contravenção, contrabando de armas e ao narcotráfico que acaba se tornando um problema público.

*Os nomes são fictícios para preservar as fontes.